Rastrear depressão deve fazer parte da consulta ginecológica

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Em resolução publicada em 2015, o American College of Obstetricians and Gynecologists já recomendava que o rastreio de sintomas de depressão e ansiedade fosse feito pelo menos uma vez no período perinatal. No entanto, a recomendação foi expandida pela U.S. Preventive Services Task Forces, que afirma que todos os adultos devem ser rastreados, não somente mulheres grávidas.

As orientações fazem muito sentido, principalmente quando olhamos para os dados da Organização Mundial da Saúde, que estima haver 350 milhões de pessoas acometidas por algum transtorno depressivo no mundo inteiro. Por isso, a OMS recomendou que se falasse abertamente sobre o problema, já que esse seria o primeiro passo na prevenção das doenças mentais.

Nesse cenário, o ginecologista e o obstetra têm papel muito importante. Alguns podem pensar que o rastreio da depressão não faz parte do atendimento ginecológico, entretanto, assumir uma conduta preventiva sobre as doenças psiquiátricas é crucial se considerarmos que a depressão, por exemplo, é fator de risco para gravidez precoce, distúrbio disfórico pré-menstrual, síndrome do ovário policístico, infertilidade, abortamento, endometriose, dor pélvica crônica e incontinência urinária.

A importância do profissional nessa detecção precoce requer que ele esteja não só atento aos sinais, mas que busque ativamente a suspeita diagnóstica. Pesquisas apontam que a mulher está mais suscetível ao primeiro episódio depressivo no período perinatal. Também as mulheres são muito mais propensas à incidência da depressão ao longo da vida que os homens.

Visto que cerca de 50% das pacientes consideram o ginecologista seu médico assistente principal, esse profissional é, na maioria das vezes, o único agente de atenção primária. Entretanto, isso não deve ser um fardo no já extenso cuidado ginecológico, e sim um complemento no processo, a fim de alcançar a saúde integral da mulher.

Vale ressaltar que a recomendação não é de que o médico faça o rastreio da depressão aleatoriamente e sem critério. Os resultados positivos já alcançados vieram de dispositivos de rastreio como questionário PHQ-9 e Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo, aplicados de forma periódica. Nos casos de diagnóstico positivo, o ginecologista deve instruir o tratamento, e a paciente deve ser encaminhada ao acompanhamento com profissional especializado em saúde mental.

 

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