Soro antiapílico chegará aos postos de saúde em 2020

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Cerca de 15 mil pessoas sofrem acidentes com ferroadas de abelhas todos os anos, e pelo menos 50 vítimas morrem. O veneno da abelha libera muitas substâncias tóxicas, que provocam hemorragias, queda de pressão, tontura, visão turva, destroem as células vermelhas e os músculos, castigam os rins.

A boa notícia é que, depois de 20 anos de pesquisas, finalmente teremos um soro antiapílico, para combater a dor e a alergia decorrentes de ferroadas de abelhas. Os pesquisadores do Apiário da  Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu. O pesquisador e médico veterinário da Unesp, Rui Sealbra, explica que muitas tentativas foram feitas para desenvolver o soro, dentro e fora do Brasil, mas nenhuma iniciativa seguiu para conclusão. O maior impedimento para a evolução das pesquisas foi o impacto do envenenamento nos animais soroprodutores.

Mas a equipe conseguiu extrair as frações tóxicas que causam dor e alergia e, assim, a inoculação do veneno, com todas as outras substâncias necessárias à formação de anticorpos, pôde se dar sem problemas. “Esse soro vai salvar muitas vidas”, prevê o médico Edmilson Ligowski, presidente do IVB. “É um produto inédito no mundo, desenhado para atender à rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e, possivelmente, exportar para países que têm problemas de acidentes com abelha também.”

Em 2013, o Ministério da Saúde fez uma chamada para ensaios clínicos com novos medicamentos de interesse público. O projeto do antiapílico foi aprovado e, em meados do ano passado, somente dois lugares do Brasil receberam autorização para usar o soro: a Faculdade de Medicina (Upeclin) de Botucatu e o Hospital Nossa Senhora da Conceição/ Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), em Tubarão (SC).

Camila Presotto, técnica agrícola de Avaré (SP), entrou para a história da medicina por ser a primeira pessoa a receber esse tratamento, em agosto de 2016, na Faculdade de Medicina de Botucatu (SP). “Sobrevivi graças ao soro, não tenho dúvida. Estava quase em falência renal quando fiquei sabendo que a Unesp tinha desenvolvido o antiapílico. Aceitei sem pestanejar a ser cobaia do experimento. Era questão de vida ou morte.”

 

Fonte: Globo Rural

 

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