Aplicativo promete detectar anemia apenas com uma foto
A anemia é o distúrbio de sangue mais comum do mundo – calcula-se que de 25% a 33% da população mundial tenham o problema, que consiste no baixo nível de glóbulos vermelhos no sangue. Para diagnosticá-la, é preciso fazer um hemograma, o que envolve uma operação laboratorial e, por consequência, custos operacionais e de material.
Em estudo publicado na revista científica Nature Communications, cientistas da Escola de Medicina da Universidade Emory, de Atlanta, nos Estados Unidos, apresentaram os resultados de um aplicativo de celular desenvolvido por eles que promete o fim das agulhas no diagnóstico da anemia.
Trata-se de um software que, por meio de uma fotografia das unhas dos dedos, consegue identificar se o usuário está com níveis adequados de hemoglobina no sangue. E os resultados dos testes são animadores quando à precisão.
Se tudo der certo, o app deve estar disponível para download público até o fim do primeiro semestre de 2019, estimam os desenvolvedores. Em breve, o produto deve ter a patente reconhecida – o protótipo já foi protocolado nos órgãos americanos competentes.
Exame sem picada
O aplicativo foi desenvolvido como parte do trabalho de doutorado do engenheiro biomédico Rob Mannino. Ele se inspirou em um problema pessoal de saúde para pensar nesse método não invasivo de análise. Mannino é portador de uma doença hereditária no sangue, causada por uma mutação genética.
“Meu tratamento requer transfusões de sangue mensais”, conta o cientista.
Há expectativa também de que o sistema possa ser utilizado em comunidades sem acesso a laboratórios de análises clínicas, sobretudo em países em desenvolvimento.
O método
Para o desenvolvimento do aplicativo, os pesquisadores usaram fotos de unhas de 337 pessoas, algumas saudáveis e outras com diagnósticos de anemia.
Com base nessas imagens, um algoritmo foi desenvolvido, capaz de identificar o padrão saudável de coloração dos que representam deficiência nos glóbulos vermelhos.
Uma única imagem de celular, sem regulagem personalizada, pode dar uma precisão de até 97%, segundo os desenvolvedores. De acordo com os testes, em quatro semanas de uso contínuo, o app “aprende” o perfil do usuário e passa a dar resultados com níveis de precisão equivalentes aos de um exame de sangue convencional.
Fonte: Ciência e Saúde
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