Cientistas descobrem novo mecanismo celular por trás da acne

Novo estudo sugere que os fibroblastos têm um papel maior do que se pensava no desenvolvimento de espinhas na pele. Entenda

Embora a acne seja uma das doenças de pele mais comuns no mundo, a ciência ainda tem muito a entender sobre ela. Até agora, acreditava-se que os folículos capilares eram os principais culpados pela formação de espinhas, mas um estudo publicado nesta quarta-feira (16) no periódico Science Translational Medicine sugere que as células ao redor desses folículos têm um papel ainda maior. 

“Essa descoberta pode transformar o modo que tratamos a acne”, diz Richard Gallo, professor de dermatologia na Universidade da Califórnia em San Diego e um dos autores do estudo, em comunicado. “Achávamos que os folículos capilares eram a peça mais importante no desenvolvimento da acne, mas, ao analisarmos as células que ficam fora deles, descobrimos que elas têm um papel muito grande no controle de bactérias e formação de espinhas.”

Essas células são os chamados fibroblastos, muito presentes em tecidos conjuntivos espalhados pelo corpo. Na pele, eles são responsáveis por produzir catelicidinas, que são peptídeos antimicrobianos decisivos para o desenvolvimento da acne.

Para combater uma infecção num folículo capilar, a pele passa por um processo chamado adipogênese reativa, em que os fibroblastos se transformam em células de gordura. Além disso, tem início a produção de catelicidina, que suprime a bactéria causadora da acne – função que surpreendeu os pesquisadores.

“Começamos a pesquisa para compreender a biologia da acne, com foco no papel dos fibroblastos que, geralmente, são um tipo de suporte estrutural nas camadas mais profundas da pele. Mas acabamos descobrindo que essas células são ativadas para produzir grandes quantidades da catelicidina para combater Cutibacterium acnes [bactérias causadoras da acne]”, explica o principal autor do estudo, Alan O’Neill.

Os pesquisadores realizaram biópsias na pele de pacientes em tratamento para acne com uso de retinoides — um grupo de químicos com vitamina A muito usados para cuidados dermatológicos — e observaram que eles potencializam a produção de catelicidina, resultando na melhora das espinhas. Também analisaram os efeitos do mesmo tratamento em ratos de laboratório que receberam injeções da cutinacterium, e obtiveram um resultado muito semelhante ao das biopsias.

O retinoide é muito usado para controle do desenvolvimento de lipídios nas células da pele, mas ele pode causar má-formação em fetos quando usado por grávidas, o que limita esse tipo de tratamento apenas para quadros acneicos muito graves.

A partir desse estudo, os pesquisadores esperam conseguir criar tratamentos mais específicos para a condição, com mais acessibilidade e segurança aos pacientes. “Essa pesquisa pode nos ajudar a identificar novas formas de tratar a acne, focando nos fibroblastos e na produção de catelicidina, em uma terapia mais seletiva e com menos efeitos colaterais”, conclui O’Neill.

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/

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