Como a Medicina do Viajante pode contribuir com o seu passeio

Planejar uma viagem é bom, né? Passar dias, às vezes até meses organizando o orçamento, buscando bons roteiros de passeio, procurando indicações de bons restaurantes, acomodações…

Quando se aproxima a hora de embarcar ou de pegar a estrada, então a sensação é ainda melhor. Aí é hora de conferir se tudo que desejamos está sendo levado na mala e no bagageiro.

Mas e na saúde? Será que a gente pensa nela antes de viajar?

É por isso que existe a Medicina do Viajante ou Medicina de Viagem. No Brasil, esse é um campo médico relativamente novo, mas que é praticado há décadas nos países da América do Norte, Europa e Oceania.

Na medicina do viajante, o médico responsável pelo atendimento deve ter experiência em diferentes áreas como: vacinação, doenças infecciosas, clínica médica, saúde pública e epidemiologia.

 

O objetivo da consulta é a preparação do viajante para que ele possa se divertir ou realizar seu trabalho ou estudo durante a viagem com o menor risco possível de adoecer. Para isso, são feitas recomendações sobre o uso de certas vacinas, medicamentos a levar e outras medidas simples para preservar a saúde, como o cuidado com alimentos e água.

Quem viaja para fora do país precisa levar algumas questões a mais em consideração.

Dicas importantes

Tenha sempre em mente que o risco de adoecimento durante uma viagem depende de fatores como a susceptibilidade do indivíduo e as características da viagem programada. Por isso:

– Verifique os riscos de aquisição de doenças nos lugares para onde vai viajar.

– Procure orientação médica especializada com antecedência de pelo menos 30 dias (especialmente se estiver sob tratamento de qualquer doença ou uso de qualquer medicamento).

– Ao planejar seu roteiro, leve em consideração a possibilidade de exposição excessiva à luz solar e as diferenças de fuso horário, de clima e de altitude.

– Durante a viagem: procure aprender as manobras para reduzir o risco de barotrauma do ouvido médio, um dos problemas mais frequentes nas viagens aéreas. Viajantes com fatores de risco para trombose venosa profunda devem procurar aconselhamento médico e reservar assentos no corredor ou próximo às saídas para facilitar a realização de exercícios. Pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares podem, eventualmente, necessitar de oxigênio suplementar, prescrito pelo médico, durante viagens de avião e de navio.

– Pessoas com necessidades de dietas especiais devem entrar em contato com a companhia aérea com antecedência.

– Portadores de doenças de transmissão respiratória não devem viajar por qualquer meio de transporte coletivo, até que seja confirmado que deixaram de ser fonte de infecção para outras pessoas.

– Doenças sexualmente transmissíveis podem ser adquiridas em todos os países do mundo. Previna-se!

– Após o retorno da viagem, caso apresente febre, problemas de pele, respiratórios ou quaisquer outros sintomas (mesmo um simples mal-estar ou diarreia), procure imediatamente um serviço de saúde e informe as regiões que visitou.

Como funciona o Seguro internacional de saúde

Nem todos os países do mundo possuem sistema de saúde universal e gratuito. Pelo contrário, cidadãos estrangeiros não têm acesso a assistência médica gratuita em grande número de países. Por esse motivo, recomenda-se vivamente que viajantes brasileiros sempre contratem seguro internacional de saúde adequado, mesmo que tal documento não seja exigido pelas autoridades migratórias locais.

O custo de um seguro é menor do que se costuma pensar e, diferentemente do que ocorre no Brasil, em alguns países, estrangeiros não têm direito a atendimento médico gratuito. Emergências médicas comuns, como acidentes de trânsito, intoxicações alimentares, acidentes vasculares, infartos cardíacos e enfermidades em geral, podem ocorrer em qualquer momento no exterior. Dependendo da gravidade, o atendimento pode custar o equivalente a dezenas ou até centenas de milhares de dólares, podendo gerar sérias dificuldades financeiras para o viajante e seus familiares.

Cabe recordar que, por ausência de previsão legal e orçamentária, as Embaixadas e Consulados do Brasil no exterior não estão autorizados a assumir despesas hospitalares de viajantes brasileiros.

Como é o acesso de brasileiros à rede pública de saúde de outros países 

Nem todos os países possuem rede pública de saúde. Aqueles que dispõem desse tipo de sistema podem manter com o Brasil acordos internacionais recíprocos, que permitem o atendimento de cidadãos brasileiros às suas redes públicas de saúde (e, consequentemente, estrangeiros podem, em reciprocidade ser atendidos pelo Sistema Único de Saúde ao permanecerem no Brasil).

Ademais, em alguns países, por força de acordo previdenciário, cidadãos brasileiros que sejam contribuintes ou beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) podem, em viagens a turismo, estudo ou trabalho, usufruir de assistência médico-hospitalar no país para obter receitas médicas, pedidos de exames clínicos, internações e demais atendimentos médicos gratuitamente.

Medicamentos 

Grande parte dos medicamentos disponíveis no Brasil podem não ser encontrados em outros países, por motivos diversos. Recomenda-se que cidadãos brasileiros levem quantia suficiente de medicamentos para viagens ao país, portando, sempre, a receita médica em inglês (ou, preferivelmente, no idioma oficial do país para onde pretende viajar) desses remédios.

Vacinas

As exigências em relação às vacinas podem variar de um país para outro e ao longo do tempo. Antes de viajar, verifique essas exigências na Embaixada ou Consulado do país para onde pretende ir. De modo geral, as vacinas exigidas visam à proteção da população do país e não necessariamente a do viajante. Já as vacinas recomendadas visam à proteção do viajante. Por essa razão, nem sempre as vacinas recomendadas e as exigidas são as mesmas. Vacinas contra difteria, tétano, hepatite B, sarampo, caxumba, rubéola e tuberculose são recomendadas para todo tipo de viagem.

Informe-se com seu médico sobre a necessidade de atualização de vacinas e da adoção de outras medidas de proteção para reduzir o risco de aquisição de doenças infecciosas. Em alguns casos, as doses devem ser aplicadas com antecedência à data da viagem.

Certificado Internacional de Vacinas

O Certificado Internacional de Vacinas é um documento emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pode ser solicitado diretamente àquele órgão. O Certificado assemelha-se a uma carteira de vacinação, e contém informações sobre o histórico de vacinas de cada indivíduo.

Países com alta altitude

Em países com altitude expressivamente maior que a do Brasil, viajantes brasileiros distúrbios do sono e do apetite, bem como alterações leves no batimento cardíaco, dores de cabeça e tontura. Para evitar maiores danos à saúde, nacionais devem ater-se aos cuidados mínimos durante as primeiras semanas de aclimatação, tais como evitar esforço físico e fadiga, ingerir quantidades adequadas de líquidos e alimentos leves e frescos.Sinais mais graves, como alteração do ritmo cardíaco podem inspirar cuidados médicos, sobretudo em pessoas com antecedentes de moléstias cardiovasculares ou respiratórias, ou de idade mais avançada.

Poluição   

Alguns países possuem altas taxas de poluição do ar. Nesses países, durante períodos de excessiva poluição, é recomendável que crianças, pessoas sensíveis e/ou com problemas respiratórios adotem precauções para reduzir a exposição a poluentes, como a permanência em ambientes com purificador de ar, por exemplo.

Falecimento de cidadão brasileiro 

Na infeliz ocorrência de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, Repartições consulares do Brasil permanecerão à disposição para prestar a assistência cabível aos familiares. Recomenda-se que a família do cidadão brasileiro falecido contate a Embaixada ou o Consulado da jurisdição para orientações, por meio dos telefones regulares ou, se for o caso, do celular de plantão. Cabe aos familiares do falecido custear as despesas de traslado dos restos mortais ao Brasil, se for o caso. Mais informações estão disponíveis na seção Emergências.

 

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