Como garantir a qualidade em Ressonância Magnética
Publicado em 12/09/2018
Ao abordar a Ressonância Magnética do ponto de vista da qualidade, o tema traz vários aspectos que merecem consideração. O primeiro deles envolve a intensidade do campo magnético, que deve ser de pelo menos 1,5 Tesla ou 3 Tesla. Porém, às vezes, apenas a teslagem também não é suficiente para garantir a qualidade do exame. Por exemplo: um aparelho de maior teslagem, (3T), não necessariamente implica em qualidade superior ao de 1,5T, pois pode ocorrer de o primeiro ser mais antigo e ter mais artefatos, prejudicando a qualidade do exame.
Outro ponto a ser destacado é a qualidade das bobinas. Mesmo que se tenham dois aparelhos semelhantes, o uso de bobina dedicada pode ser um fator decisivo nos resultados. Além disto, existem inúmeras técnicas (sequências e parâmetros) que são decisivas para que o exame tenha eficácia, sendo que as mesmas têm de ser direcionadas muitas das vezes para a suspeita clínica e não somente para a região de interesse do corpo. Em resumo, a qualidade do exame de RM depende de múltiplos fatores e, apesar de isto também ser verdade em TC, existem variáveis mais complexas que tornam os exames mais heterogêneos.
Cada exame de Ressonância Magnética, em suas diversas possibilidades, possui um protocolo mínimo dedicado para que seja tecnicamente adequado, indo além das características técnicas dos equipamentos, bobinas dedicadas e, obviamente, profissional treinado e com experiência naquele estudo.
Quando a clínica ou serviço está interessada em ter um aparelho de RM para realizar exames com qualidade adequada, é importante também acompanhar os parâmetros e protocolos que estão sendo recomendados pelas principais organizações, a maioria dos quais são encontrados gratuitamente na literatura. Para fazer o exame de RM de próstata, por exemplo, podem ser utilizados aparelhos de 1,5 ou 3T, desde que tenham qualidade adequada, sendo que o especialista deve manter os parâmetros nos níveis mínimos de qualidade. Tais parâmetros podem ser encontrados (no exemplo acima), na diretriz do PI-RADS, pelo site do American College of Radiology (ACR), ou no site da European Society Urogenital Radiology (ESUR), sendo necessário verificar se o aparelho tem a capacidade de conseguir realizar tal exame.
Outro ponto relevante na busca pela qualidade máxima em Ressonância Magnética é o preparo do paciente. No caso de um exame de próstata ou mesmo para avaliação de endometriose, se não houver um preparo adequado do intestino ou não for obtida a distensão adequada da vagina, o exame poderá ser prejudicado.
Ainda na pelve, outro exemplo ilustrativo é o exame para avaliação de fraqueza do assoalho pélvico: se não houver orientação específica para a paciente (com explicação bem detalhada das manobras que ela precisará fazer) a qualidade do exame poderá ser prejudicada, não porque o equipamento, os parâmetros ou o médico são insuficientes, mas porque as orientações ao paciente não foram feitas da maneira correta.
Quem busca a excelência em Ressonância Magnética (seja em nível técnico, biomédico ou mesmo médico) deve sempre se manter atualizado com a literatura, por meio do uso de protocolos dedicados para aquele exame em particular, o que, geralmente, é disponível na maior parte dos sites internacionais gratuitamente.
Fonte: Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem