Conheça as Novas Diretrizes para Tratamento de Artrite Reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença sistêmica, inflamatória e autoimune, que se caracteriza principalmente pelo comprometimento da membrana que recobre as articulações. Ela atinge cerca de 1% da população, com predominância em mulheres, entre 30 e 50 anos de idade.
Nas últimas décadas, houve um incremento substancial do arsenal terapêutico para o tratamento da AR. Isso se deve ao avanço no conhecimento dos mecanismos da doença, ao desenvolvimento de novas classes de medicamentos e à implantação de estratégias de tratamento e acompanhamento dos pacientes – como o controle intensivo da doença e a intervenção na fase inicial dos sintomas.
Sendo assim, a Sociedade Brasileira de Reumatologia anunciou, durante o 34º Congresso Brasileiro de Reumatologia, as novas diretrizes de tratamento para Artrite Reumatoide. O documento inclui os princípios básicos de conduta e atualiza a abordagem terapêutica, conforme o histórico clínico do paciente, a gravidade da doença e sustentabilidade do tratamento. Seu objetivo é o controle intensivo da AR, considerando eficácia, segurança e custo.
As diretrizes consensuais para o tratamento da AR foram definidas a partir de evidências obtidas na literatura médica e de experiências de uma comissão de especialistas no assunto. O documento, que considera o contexto socioeconômico brasileiro, servirá de embasamento para o médico reumatologista na condução da doença de Artrite Reumatoide. Mesmo assim, é garantida a autonomia do médico na indicação e na escolha das alternativas terapêuticas disponíveis.
Conforme as novas diretrizes de tratamento, o arsenal terapêutico inclui como abordagem inicial uso de medicamentos modificadores do curso da doença MMCD sintéticos convencionais, sendo o metotrexato de primeira escolha; o uso de medicamentos biológicos (oito opções disponíveis) deve ser adotado quando o paciente não responder ao tratamento inicial (podem ser usados como monoterapia ou em associação com MTX, sempre considerando a meta de tratamento, o perfil clínico de cada paciente e o grau de atividade da doença). As novas recomendações de tratamento da SBR incluem um novo medicamento de uma nova classe, inibidor de JAK, uma proteína que tem papel fundamental no desenvolvimento da AR, que pode ser usado após falha a medicamentos sintéticos convencionais ou biológicos.
Além da abordagem de tratamento, as diretrizes da SBR estabelecem os seguintes princípios básicos:
- O tratamento do paciente com AR deve, preferencialmente, ter uma abordagem multidisciplinar, coordenada por um reumatologista;
- O tratamento do paciente com AR deve incluir orientações sobre hábitos de vida, controle rigoroso das comorbidades e atualização do cartão de vacinas;
- O tratamento do paciente com AR deve ser baseado em decisões compartilhadas entre médico e paciente, após os esclarecimentos sobre a sua enfermidade e opções terapêuticas disponíveis;
- A meta do tratamento do paciente com AR é o estado persistente de remissão clínica ou, quando não for possível, a baixa atividade da doença.
Fonte: SBR