É possível prever epidemias? Confira projeto brasileiro

Cientistas de dez instituições brasileiras e internacionais lançaram um projeto que visa prever epidemias de dengue, Chikungunya, Zika e febre amarela no país. Nos próximos cinco anos, os pesquisadores irão monitorar o comportamento desses vírus, avaliando quatro aspectos envolvidos em uma epidemia: vírus, mosquitos (Aedes aegypti, Haemagogus e Sabethes), animais intermediários (como algumas espécies de macacos) e seres humanos.

A partir de coletas em São José do Rio Preto, Manaus e regiões do Pantanal e do Panamá, os cientistas pretendem criar modelos para que seja possível se antecipar às crises sanitárias antes que elas ocorram.

Os dados também podem servir de base para reforçar ações de combate às doenças, como campanhas de vacinação contra a febre amarela em locais mais suscetíveis aos vírus e atividades de limpeza em ambientes que servem de criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e Chikungunya.

Além disso, o projeto poderá analisar outros vírus que são transmitidos por mosquitos e que já circulam no Brasil e Américas, como Mayaro e Oropouche, e que podem provocar epidemias futuras.

Um artigo científico publicado em dezembro de 2020 pelos pesquisadores dá início ao projeto, debatendo os principais fatores relacionados ao surgimento e circulação do vírus da febre amarela.

Fonte: BBC News Brasil

Casos de dengue, Chikungunya e Zika no Brasil

Conforme Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, órgão ligado ao Ministério da Saúde, em 2020 foram notificados 979.764 casos prováveis de dengue no Brasil, o que representa uma taxa de incidência de 466,2 casos por 100 mil habitantes. A região com maior incidência de casos é o Centro-Oeste, com 1.200 casos/100mil habitantes, seguida pelo Sul (934,1/100 mil), Sudeste (376,4/100 mil), Nordeste (261,5/100 mil) e Norte (120,7 casos/100 mil habitantes).

No período também foram notificados 80.914 casos prováveis de Chikungunya no Brasil (taxa de incidência de 38,5 casos por 100 mil habitantes) e 7.119 casos prováveis de Zika (taxa de incidência 3,4 casos/100 mil habitantes).

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