Epidemia da doença mental faz aumentar a necessidade de Psiquiatras
Há no mundo inteiro uma epidemia de doença mental. A cada dia cresce assombrosamente o número de pessoas com transtornos mentais e de pacientes tratados com antidepressivos e outros medicamentos psicoativos. Essa alta demanda por tratamento psiquiátrico levanta importantes perguntas sobre o que está acontecendo com a população. Será que a preponderância das doenças mentais sobre as físicas é, de fato, tão alta e continua a crescer?
Fatores ambientas podem desencadear transtornos mentais biologicamente determinados. Por isso, em períodos de crise econômica, por exemplo, se ouve falar no aumento de doenças da saúde mental. Foi o que aconteceu com a Grécia, em 2014. Segundo o Ministério Grego da Saúde, aumentou drasticamente a incidência de ansiedade, depressão, ataques de pânico e transtornos obsessivo-compulsivos entre a população.
Essas desordens advieram da crise financeira que assolou o país e deixou muitos gregos desempregados. Um estudo da Universidade de Atenas concluiu que os grupos mais afetados pelas depressões clínicas foram as mulheres entre os 35 e os 44 anos, e o grupo feminino entre os 55 e os 64 anos, as pessoas com estudos básicos, os desempregados e aqueles que não atingiram rendimentos superiores a 400 euros.
Outro fator que é considerado importante para a incidência de doenças mentais é a perda da habitação. Na Grécia, um país com 11 milhões de habitantes, calcula-se que entre 20 mil a 40 mil pessoas perderam a casa, e hoje a maioria sofre de doenças mentais. E a situação se agrava se considerarmos que as pessoas que não conseguem encontrar um trabalho ficam sem forças para se reintegrarem à sociedade. Consequentemente, potencializam-se as doenças mentais e os transtornos obsessivo-compulsivos.
No Brasil, que passa por situação delicada política e economicamente, também se nota o crescimento das desordens mentais. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, as internações psiquiátricas de pacientes de convênios no Brasil passaram de 99,5 mil, em 2012, para 157,4 mil em 2016, um assustador aumento de 58%. As principais causas de internações psiquiátricas são o alcoolismo e o abuso de drogas ilícitas – maconha, heroína, crack, ecstasy, anfetaminas e cocaína. Entre as causas mais comuns também aparecem depressão, bipolaridade, esquizofrenia e outras psicoses.
A psiquiatria moderna é ambulatorial, isto é, trata dos pacientes sem internação. A internação é indicada somente em casos específicos, como os que apresentam risco de suicídio, para alguns casos de dependência química ou casos de potencial de violência, que implicam risco de vida para os outros. A grande maioria dos casos psiquiátricos é tratada ambulatorialmente. Esse aumento de internações de pacientes psiquiátricos no Brasil revela que aumentaram significativamente os pacientes com grave dependência química e com risco de violência contra si mesmos ou contra os outros. As drogas ocupam o primeiro lugar nesse processo de deterioração social.
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